A insegurança geralmente é vista, abordada em tratamentos psicológicos e tratada como algo patológico. Nos tratamentos clássicos, dessa vida apenas, ela é entendida como algo que surgiu na infância. Nos tratamentos que lidam com a Reencarnação, como uma característica que nasceu com aquela pessoa, advinda de vidas passadas. Mas não se fala sobre o que ela é, por que assim se manifesta, o que significa. E é sobre isso esse texto.

Aqui na Terra, quem são os "vencedores"? Quem são os "fortes"? Quem são os primeiros nas competições mundanas? Os de Ego forte. Quem são os inseguros, os medrosos, os tímidos? Os de Ego fraco. Então vejam: os de Ego forte são um "sucesso" aqui na Terra e ao chegarem no Astral superior são encaminhados para os Grupos de Estudos dos autoritários, dos vaidosos, para entenderem essa sua ilusão. Os de Ego fraco, frequentemente, são um "fracasso" aqui na Terra e ao voltarem para Casa, são recebidos com alegria, congratulações, parabenizados pela sua coragem, de manterem-se fiéis aos valores espirituais durante o teste terreno.
Jesus afirmou: "Bem-Aventurados os mansos porque eles possuirão a Terra" e "Bem-Aventurados os pacíficos porque eles serão chamados filhos de Deus". Os mansos e os pacíficos, aqui na Terra, são inseguros, medrosos, tímidos, retraídos. Por quê? Se eles são espiritualmente superiores aos "fortes", aos agressivos, por que se sentem assim, fracos, inseguros, às vezes até deslocados, aqui na Terra? Porque aqui predomina um sistema de vida masculino e, ainda pior, no mau sentido, no que o masculino tem de pior, na agressividade, luta e competição, enquanto que lá no Astral superior, predomina um modo de vida feminino, no que ele tem de melhor, no amor, suavidade e gentileza. Por isso, os Espíritos mais inferiores aqui na Terra se sentem melhor e os mais superiores, sentem-se mal. Os primeiros sentem-se em casa, os outros, deslocados. Mas quando da volta para nossa Casa verdadeira, os mansos e pacíficos sentem-se em casa e os vaidosos, competitivos e egóicos, sentem-se deslocados, até (e se) entenderem essa sua ilusão, baseada em um nível ainda inferior de evolução espiritual.
Por isso esse texto, para que as pessoas que se sentem inseguras, fracas, que sentem medo, que são retraídas, mais caladas, que não querem competir com os demais, que não querem parecer ou ser mais que os outros, que não desejam vitórias materiais, reconhecimentos egóicos, sucessos materialistas, comecem a pensar se são realmente menos que os "fortes", os "vitoriosos", "os que conseguem", ou se são mais (espiritualmente)? É importante que isso seja visto e entendido a partir dos critérios que regem essa sensação, a de ser mais ou de ser menos.
As pessoas inseguras, medrosas, tímidas, são assim há várias encarnações e faz parte de sua proposta de Reforma Íntima mudarem essa maneira de ser. Por isso esse texto, para que essas pessoas comecem a enxergar-se e a enxergar os demais e seu entorno social como deve ser visto, com a clareza necessária para que coloquem nos pratos de sua balança, de um lado os valores que possuem, verdadeiros, espirituais, eternos e, do outro, os valores definidos e apregoados como "assim que devemos ser", "assim são os vencedores", "esses os valores pelos quais devemos lutar e alcançar". Como se sente um menino que não é bom de bola, que nunca será craque? E uma menina que não é magrinha, que nunca poderá ser manequim? Um adolescente espiritualista, calmo, que não gosta de bagunça, de gritaria, que gosta de ficar em casa, lendo? E um adulto que não quer ser chefe, não quer ser rico, quer apenas levar uma vida tranquila, honesta e digna? Uma pessoa velha que está fora de moda, que dizem que está na melhor idade, mas não se sente assim?
Certa ocasião, atendi uma moça
que afirmava ser muito insegura, medrosa, tímida, retraída; estudava
Enfermagem, gostava de frequentar Centro Espírita e queria tratar isso. Percebi
que estava diante de um Espírito acima da média, que no Mundo Espiritual
estaria fazendo o maior sucesso, mas que aqui se achava um fracasso. Notei que
falava com admiração de sua irmã, que, ela sim, era bonita, popular,
desembaraçada, conseguia o que queria, vários rapazes aos seus pés, ao passo
que ela era feia, sem criatividade, poucas amigas, ninguém se interessava por
ela. Perguntei a ela como era sua irmã, internamente? Disse-me que era muito
egoísta, autoritária, tinha ataques de raiva, só pensava nela. Fiquei um tempo
observando-a, escutando o seu relato, pensando: Como é que pode um Espírito
superior achar-se menos do que um Espírito inferior? Só na Terra mesmo. Em
seguida, pedi a ela que pegasse uma folha de papel que lhe alcancei com um
traço vertical, separando-a em duas partes, onde, acima, eu havia escrito VOCÊ
e na outra parte A SUA IRMÃ. Pedi a ela que colocasse na sua parte os valores
verdadeiros, do ponto de vista espiritual, ou seja, os valores morais, éticos,
eternos, e fizesse o mesmo na parte destinada a sua irmã. E a deixei sozinha
por um tempo. Ao retornar, vendo que ela havia terminado a tarefa, e estava
chorando, muito emocionada, pedi que me alcançasse a folha de papel e vi que na
sua parte a lista era bem grande, com quase duas dezenas de qualidades,
enquanto na parte de sua irmã, não passava de duas. Então lhe perguntei:
fulana, quem é superior, você ou sua irmã? E como um Espírito realmente acima
da média me respondeu: "Somos iguais, apenas eu me recordo dos valores
verdadeiros e ela os esqueceu".
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